Participei, há poucos dias, do IV Fórum de Igualdade Racial promovido pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Tive o privilégio de ministrar uma oficina para adolescentes do Ensino Médio e jovens universitários com o tema "Fortalecendo a auto-estima do jovem afrodescendente". As discussões, reflexões e troca de experiências durante a oficina foram riquíssimas, e me senti feliz por "fazer a diferença". Compartilho um poema que escrevi há mais de doze anos, sobre racismo e escravidão:
CORRENTES E CHAGAS
Será que o senhor me entenderá?
Será que o Senhor me atenderá?
As correntes ainda são pesadas
A vida ainda é pesada
As torturas ainda são pesadas
A angústia ainda é pesada
As cargas ainda são pesadas
A sina ainda é pesada
Será que o senhor se perpetuará?
Será que o Senhor te perdoará?
As chagas são profundas
A dor é profunda
As mágoas são profundas
A tristeza é profunda
As humilhações são profundas
A decepção é profunda
Será que o senhor se acobertará?
Será que o Senhor me acolherá?
A vida acorrenta
As chagas torturam
A sina, humilhante
As mágoas, cargas
A angústia dói
As decepções entristecem
Será que o senhor se selvará?
Será que o Senhor me salvará?
Será que alguém me entende
quando grito
as correntes da escravidão
ainda não foram rompidas?
as chagas do racismo
ainda não foram curadas?
2 comentários:
pCONCORDO PROFESSOR, A OFICINA FOI MUITO INTERESSANTE! ME PERMITIU BOAS REFLEXÕES!
SUCESSO!
Prezada Ivonete,
Fico feliz que a oficina tenha lhe proporcionado boas reflexões, e espero que estas se traduzam em "boas ações", ou seja, no esforço consciente para cuidar de sua auto-estima.
Por favor, me envie o seu endereço de email, pois quero lhe informar sobre o curso de férias que vou ministrar na UFRB, sobre HUMANIZAÇÃO E LIDERANÇA.
Postar um comentário