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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Educação continuada de mães, pais e cuidadores - Uma experiência exitosa


O Programa Quero uma vida melhor para meus filhos  vem sendo desenvolvido desde 1999 em escolas, faculdades e ONG’s de diversas cidades brasileiras. Nesses 12 anos, participaram mais de 11.000 mães, pais e cuidadores, oriundos de todos os níveis sócio-culturais, beneficiando 150.000 crianças.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Os temas mais trabalhados têm sido: 
 Desenvolvendo as múltiplas dimensões de crianças e adolescentes
  
 A psicologia da gravidez e amamentação
  
 Os desafios dos 5 primeiros anos
  
 Necessidades psico-emocionais da criança
  
 Liberdade e limites: Em busca do equilíbrio
  
 Adolescente X família: Como conciliar?
  
 Cultivando a saúde da relação pais – filhos
  
 Ética: oferecendo uma bússola para a vida
  
 O papel insubstituível do pai

 Valores no lar: onde a gente aprende a ser gente (de verdade)

 “Bullying”: quando a escola não é um ambiente acolhedor e seguro

 Sucesso na escola: como ajudar os filhos

 Prevenção ao abuso de drogas: quando e como começar?

 Educando com base em virtudes
METODOLOGIA

O Programa consiste de encontros nos quais são abordados temas críticos da educação de crianças e adolescentes na contemporaneidade. As apresentações focalizam princípios norteadores através dos quais cada pai ou educador pode buscar alternativas que sejam eficazes e, ao mesmo tempo, viáveis para o seu contexto familiar, visando ao desenvolvimento equilibrado das potencialidades de seu filho(a).

Cada encontro consiste de palestra, debates e intercâmbio de experiências. Exercícios práticos são propostos aos participantes e perguntas e depoimentos são estimulados. 
 
IMPACTOS

Os impactos positivos e as significativas mudanças proporcionadas pela metodologia do trabalho foram confirmados por avaliações feitas junto aos participantes.
Esse trabalho preventivo, quando desenvolvido de forma  sistemática e continuada, promove relações mais sadias e equilibradas no lar. Para crianças e adolescentes, isso é essencial, tanto do ponto de vista psicológico e emocional, quanto de seu desenvolvimento cognitivo e intelectual. O fortalecimento dos vínculos familiares é reconhecido como um fator de prevenção ao fracasso escolar, ao abuso de drogas, à marginalidade e violência, e à gravidez precoce.
IMPLEMENTAÇÃO
Quero uma vida melhor para meus filhos  é um programa com a chancela do INPAZ (Instituto Nacional de Educação para a Paz e os Direitos Humanos), podendo ser implementado em diversos formatos.

 
Desde novembro de 2009, o Programa foi implementado em quatro escolas públicas São Francisco do Conde, na Região Metropolitana de Salvador, graças à Secretaria de Educação do município. 

Nos anos de 2007 e 2008, o Programa contou com a parceria da prestigiosa Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (http://www.bahiana.edu.br/). A "Bahiana" disponibiliza, em seu site, podcasts das palestras que ministrei este ano. São trechos das palestras, em vídeo e em áudio, que podem baixadas para o seu computador.

Para acessar esse material, basta clicar em: http://www.bahiana.edu.br/moodle/mod/resource/view.php?id=1442


PARA MAIORES INFORMAÇÕES

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Os mineiros chilenos e a caverna de Platão

O antídoto para a guerra, e todas as suas nefastas consequências, obviamente, é a paz. Entender ou visualizar a guerra é muito fácil. Basta ver os que caem. Provocá-la é ainda mais fácil.

Mas, entender a paz, aceitá-la e disseminá-la não é tão simples quanto possa parecer. Antes de qualquer coisa, é preciso ceder. Dar um passo atrás, reavaliar a situação e abrir mão de posições. Evitar o confronto às vezes quase inevitável em função de uma posição extremamente desconfortável.

Como, por exemplo, o caso dos 33 mineiros presos nas profundezas da terra, no meio do deserto mais seco do mundo, o Atacama, no Chile.

Foram 69 dias presos em uma mina, convivendo num buraco, 600 metros abaixo da superfície. Afundados numa convivência delicada e alimentada por temores, incertezas. À espera da vida, do retorno à sua própria e rotineira vida.

Providencial, a paz reinou entre eles. Como será que ela foi construída, conquistada e disseminada? Precisamos saber para que nos sirva de exemplo.

Prevaleceu a paz e com ela, a vida em toda a sua plenitude.

Muita gente ganhou com o show em torno do salvamento desses mineiros. Pouco importa, pois as maiores vitoriosas foram a vida e a paz, promovida com relações de respeito, diálogo, participação e cooperação.

Os 33 mineiros construíram uma cultura de paz e um “pacto de convivência” trabalhado em profundidade.

Interessante que, enquanto eram acompanhados pelo mundo, literalmente, estavam sozinhos, com pouca luz, calor e umidade intensos, sem sol, estrelas, ar puro, vento. Enfim, aquilo a que não damos tanto valor assim, pela presença discreta em nossas vidas.

Também não tinham a presença dos familiares, nem os problemas, é claro, derivados das dificuldades de relacionamento humano.

De certa forma trouxeram, para os dias de hoje, o mito da caverna de Platão. Na caverna, para o genial filósofo grego, havia seres humanos que ali nasceram e cresceram. Como metáfora, digamos que os mineiros renasceram – ao não ser soterrados – e cresceram – ao encontrar maneiras de autocontrole e determinação para resistir à prisão no fundo de uma mina.

Os prisioneiros na caverna de Platão somente enxergavam uma luz, no fundo, que projetava sombras de outros seres. Sombras que, para eles, pareciam a realidade.

Um dos prisioneiros decidiu fugir e, ao sair, descobriu que as sombras, na verdade, eram de homens iguais a eles, mas que nasceram e viviam fora da caverna.

Ao voltar, tentou contar o que vira, mas sofreu violências e morte. Ora, os mineiros do Chile inicialmente se deslumbraram com as forças que se uniram para salvá-los. Agora temem o futuro, a pobreza, as dificuldades, enquanto são assediados pelos que querem faturar com a história, em livros e filmes.

Percebem, então, que as sombras eram de homens iguais a eles, prisioneiros não no fundo de uma caverna, mas das convenções e dramas típicos de nossa espécie. Como os mineiros, tentamos sair da caverna, chegar à luz e viver intensamente. Buscamos a paz, enquanto fazemos mais guerras.

Temos dificuldade de lidar com o jogo das sombras e da realidade. Como previra Platão, dentro e fora da caverna, há dificuldades para ir em frente, embora, nos ciclos históricos, ocorram avanços.

Caminhamos, mas tropeçamos nas sombras, distraídos, parodiando o inesquecível chão de estrelas. Temos que seguir pelo caminho da paz, pois outro não há, e valorizar as coisas reais que, 600 metros terra adentro, tanto faziam falta aos mineiros chilenos.

Temos que viver com dignidade e deixar viver com respeito, e isto já será uma epopéia e tanto, embora não seja tema para livros e filmes.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Cultura de Paz contra a violência

Uma versão levemente reduzida do artigo a seguir foi publicada pelo JORNAL DA TARDE, de São Paulo, na seção Opinião (pag. 2), em sua edição de 25/09/2010.

Quem de nós fica tranquilo quando um filho ou filha sai à noite, em busca de diversão nas baladas da juventude?

O medo da violência, ironicamente, leva muitos a clamarem por mais violência para aplacá-la. Como se bombeiros usassem gasolina na luta contra um incêndio.

É o que ocorre quando se opta pela repressão como único (e discutível) antídoto aos crimes que alguns programas sensacionalistas fazem questão de alardear com máximo estardalhaço.

Outros brandem as questões estruturais como justificativa para os crimes. Ou seja, só teremos uma sociedade mais pacífica se e somente se todos os problemas estruturais como fome, falta de saúde e de educação forem solucionados.

Tal crença, contudo, conduz ao imobilismo, à desistência de se encontrar alternativas para a violência. Se formos esperar que toda a estrutura social seja reformada, para só depois agir, estaremos perdendo inúmeras oportunidades de realizar pequenas ações e intervenções pontuais que, somadas, podem resultar em significativas melhorias.

A cultura da paz parece-me mais apropriada, exequível e eficaz. Ela nos convida a aproveitar cada espaço – sala de aula, bar, condomínio, escritório, praça – como um fórum permanente de reflexão e de busca de opções para a construção da paz.

Mas isto funciona mesmo, no dia a dia, em que motoristas param seus carros para brigar porque um teria fechado o outro?

Sim, porque o verdadeiro antídoto contra a violência é a paz. Não há outro. Paz entendida como respeito, diálogo, empatia e participação cidadã. Até porque a forma mais disseminada e frequente de violência é a cometida entre familiares e parceiros íntimos. Logo, parte considerável dos crimes não é cometida por profissionais do submundo, e sim por pessoas comuns, respeitáveis cidadãos que, em determinado momento, perdem a cabeça por situações corriqueiras – uma discussão doméstica sem sentido ou uma provocação na rua.

Um dos melhores lugares para se fomentar os valores da paz é a sala de aula. Para isso, teremos que tornar o ensino cada vez mais atraente e com conteúdo significativo, sintonizado com as necessidades do mundo real e com o mundo virtual das redes sociais.

Nas regiões de baixa renda, é necessário que as escolas reconheçam as condições de vida dos estudantes, considerando situações como a inexistência de mesas, cadeiras e de ambiente para uma prosaica lição de casa. Se não há moradia digna, como exigir que o aluno estude no lar? Até que ponto os cursos de Pedagogia preparam os futuros educadores para lidar com essa realidade e compreender as necessidades de grande parcela dos educandos?

Parecem ser detalhes, mas fazem diferença. Atividades artísticas e esportivas, estudos ao ar livre, jogos, realização de ações sociais na comunidade e uso pedagógico da internet podem mudar a visão que os alunos têm da educação. E, com isso, abrir espaço para a discussão e vivência de temas como a pacificação de corações e mentes.

Não se trata de um movimento rápido, imediatista, com resultados ao final do expediente. É uma mudança cultural, uma revolução real, que trará frutos em médio prazo, pela mudança de atitudes individuais e pela construção coletiva de uma sociedade mais justa, solidária e inclusiva.

Temos que começar logo. Estimular os professores que já ousam introduzir elementos da cultura de paz em suas classes. Não há investimento mais relevante hoje – fortalecer a escola, o professor, o estudante e sua família. Impedir que as comportas da violência transbordem e criar um futuro do qual possamos nos orgulhar.

Mostrar às crianças e jovens que há caminhos, sim, para a solução de conflitos - longe da agressão e criminalidade.

Apontar saídas para a pobreza e exclusão a partir do conhecimento, do trabalho, dos valores humanos e da cooperação social.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

DIA INTERNACIONAL DA PAZ

Divulgo texto do jornalista Nereu Leme, da Casa da Notícia:

No Dia Internacional da Paz, Feizi Milani afirma que a paz precisa ser conquistada

O Conselho Parlamentar pela Cultura da Paz, da Assembléia Legislativa de São Paulo (CONPAZ) e a Universidade Aberta do Meio Ambiente e Cultura de Paz, da Prefeitura de São Paulo (UMAPAZ), comemoraram nesta terça-feira (21/9/2010) o Dia Internacional da Paz, estabelecido pela ONU.

Defensor da disseminação do direito universal à paz como premissa para construir uma sociedade mais justa e formar jovens mais conscienciosos acerca de sua importância social, Feizi Milani, Professor de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, fez uma palestra para alunos e professores do Curso Carta da Terra em Ação na UMAPAZ e disse que “a paz não acontece sozinha; tem que ser construída”.

Ele explicou, tanto na reunião do CONPAZ quanto na UMAPAZ, que o desafio da sociedade moderna é sensibilizar e mobilizar cada vez mais pessoas para a construção da paz:

“A paz requer compromisso e engajamento de cada um de nós e de toda a sociedade, porque a paz se manifesta não pela força, mas pela compreensão”, disse Feizi Milani.

De acordo com o médico e educador, é possível se identificar dois processos simultâneos hoje no mundo: desintegração e integração. O primeiro leva a sociedade ao declínio e o segundo à emergência de uma nova cultura.

Explicou, por exemplo, que no tema sustentabilidade, nunca houve tanta agressão ao meio ambiente, o que representa o processo de desintegração.

“Mas, também nunca houve tanta consciência de que precisamos fazer alguma coisa para salvar o planeta, além de ações concretas com esse objetivo. Esse é o processo de integração que deve ser seguido pela sociedade, no nível macro e pelos indivíduos, no nível micro”, explicou.

A experiência profissional deste médico-educador deu origem ao livro “Tá combinado! Construindo um pacto de convivência na escola”. Milani também fundou o Instituto Nacional de Educação para a Paz (INPAZ), uma organização não governamental e sem fins lucrativos, que reúne uma rede de profissionais qualificados e experientes de várias regiões do Brasil. Em seus 10 anos de existência, a ONG capacitou centenas de professores e jovens, publicou três livros e participou de eventos de grande relevância social e educacional.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Campanha da Fraternidade 2009: um novo blog

Galera,

As palavras do Profeta Isaías, mais atuais que nunca, nos alertam que "a paz é fruto da justiça". Esse será o lema da Campanha da Fraternidade 2009, que será uma preciosa oportunidade para se refletir e agir em prol da Cultura de Paz.

Temas como segurança pública, justiça social, exclusão, violências, educação para a paz e solidariedade estarão na pauta de discussões. Parabenizo a CNBB pela iniciativa de escolher um tema tão relevante e urgente para a sociedade brasileira.

Há poucas semanas tive o privilégio de fazer uma conferência em Florianópolis para diretores e coordenadores de Escolas Maristas da região Sul. Foi um encontro memorável. Meu coração se encheu das melhores expectativas ao constatar o grau de mobilização dessas instituições e de seus educadores.

Fiquei imaginando o impacto transformador que essa temática pode ter na vida de milhões de crianças, adolescentes e jovens do Brasil, se todas as Escolas Católicas trabalharem essa temática de forma consistente e bem fundamentada. Essa é a minha esperança... que 2009 seja a semente de muitas mudanças!

Isso me motivou a criar um novo blog, especificamente direcionado a oferecer subsídios para escolas, grupos e comunidades que planejam desenvolver ações em prol da paz e da justiça social. Por favor, visite e ajude a divulgar essa iniciativa:

http://www.campanhadafraternidade2009.blogspot.com/

Ah, sim, também criei uma comunidade no ORKUT, chamada "A paz é fruto da justiça", cujo endereço é:

http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=74594301

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

"A paz é fruto da justiça"

O que é a Cultura da Paz?
É um conjunto de transformações necessárias e indispensáveis para que a paz seja o princípio governante de todas as relações humanas e sociais. A paz não significa ausência de ação, monotonia, passividade. Pelo contrário, é algo dinâmico, em contínua construção, que exige permanente diálogo. Essa é uma caminhada que só acontece pela vontade e pela ação do ser humano. Promover a cultura da paz é, em si, o processo, o aprendizado e a meta.

Como disseminar essa cultura entre as pessoas?
O grande desafio é que essas mudanças não dependem apenas da ação dos governos, nem somente de uma mudança de postura individual. Elas precisam ocorrer em vários níveis: indivíduo, família, comunidade, organizações privadas e públicas e Estados nacionais.

O que pode ser feito para reduzir a violência?
Enfatiza-se muito a repressão à violência, mas esse enfoque é absolutamente ineficiente. O paradigma da Cultura de Paz permite analisar a questão da violência por um prisma muito mais amplo. Um exemplo prático do que precisa ser feito é a Educação para a Paz, um campo de experiências sociais e estratégias pedagógicas que podem ser aplicadas em famílias, escolas, empresas e comunidades.
É importante pensar a cultura da paz nos níveis micro e macro. O primeiro refere-se ao campo de atuação e relações do indivíduo: sua família, bairro, profissão e amizades. As possibilidades de ação nesse nível são infinitas - toda pessoa pode fazer algo simples como sua parcela de contribuição. Mas é preciso atuar também no nível macro, repensar os processos sociais, definir estratégias de mudança coletiva, criar políticas públicas. A paz precisa ser levada a sério, saindo das opiniões do senso comum e buscando-se o conhecimento e a competência.

Como implantar Cultura de Paz onde reina a violência?
Toda injustiça é uma forma de violência e um empecilho à paz. As pessoas das classes pobres e marginalizadas são duplamente vitimizadas: tanto pelas modalidades de violência que ocorrem em todos os segmentos sociais quanto pelas expressões da violência estrutural (fome, discriminação, dificuldade de acesso à educação, saúde e assistência social, falta de perspectivas) que as atingem em cheio.
Feitas essas ressalvas, é preciso combater o crime organizado com todos os recursos que o Estado de Direito permite. De resto, o trabalho em prol da Cultura de Paz nessas comunidades passa pela educação de crianças, adolescentes e jovens, fortalecimento de vínculos familiares sadios, capacitação de educadores, formação de lideranças, promoção da participação cidadã, criação de espaços públicos para a cultura, arte, lazer e esporte, melhoria da qualidade de vida, construção de uma visão compartilhada de futuro, fortalecimento das redes sociais, envolvimento das comunidades religiosas, entre outras medidas.

Como explicar casos de violência entre jovens de classe média, como o dos estudantes acusados de terem espancado um garçom, em Porto Seguro?
Essas ocorrências trágicas comprovam que a associação mecânica entre pobreza e violência é completamente equivocada. A violência existe em todas as classes sociais e não está relacionada apenas a fatores econômicos. Imaginar que a violência no Brasil poderá ser resolvida apenas com a redução do desemprego é ilusório. Há que se considerar também fatores como as relações familiares, o exemplo de vida recebido dos pais, a ausência de limites, os valores éticos, a cultura do "macho man", o uso de drogas, tudo isso inserido no contexto de cultura da violência que vigora em nossa sociedade, incluindo a forma banal e sensacionalista com a qual, muitas vezes, a mídia lida com essa questão.

GENTILEZA - uma breve reflexão

O verdadeiro parâmetro para você avaliar o seu grau de gentileza não é o quão bem você trata os seus "pares" ou "superiores", mas sim como você lida com aqueles que, de algum modo, você considera "abaixo" de si - como por exemplo, os seus empregados ou subordinados, as pessoas que lhe servem, os de uma classe econômica menos privilegiada, os que possuem escolaridade menor que a sua, as crianças e os velhos.

Ser gentil com os seus "pares" pode ser apenas estratégia de sobrevivência, porque você pode precisar deles a qualquer momento. Ser gentil com seus "superiores" (patrão, autoridades, pessoas mais ricas ou poderosas) pode ser mera bajulação. Portanto, cumprimentar os seus vizinhos não vale como indicador de gentileza, mas sim se você cumprimenta os porteiros e serventes de seu prédio, e as empregadas domésticas que circulam no elevador com você. Isso é o que que define a sua gentileza!

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Cultura de Paz e o enfrentamento à violência

A seguir, reproduzo o texto de minha autoria publicado pelo Jornal do Brasil e utilizado pela Cesgranrio no concurso para a Petrobras Distribuidora (veja meu post anterior):

A mobilização em prol da paz, no Brasil, nasceu do aumento da violência, principalmente quando a criminalidade passou a vitimizar as classes privilegiadas dos centros urbanos. Desse modo, a paz que os brasileiros buscam está diretamente vinculada à redução de crimes e homicídios. Refletir sobre a construção da cultura de paz passa, portanto, pela análise de como a sociedade compreende e pretende enfrentar o fenômeno da violência. Esse tem sido o tema de inúmeros debates. É possível agrupar, grosso modo, três paradigmas que implícita ou explicitamente estão presentes nessas discussões – o da repressão, o estrutural e o da cultura de paz.

O modelo baseado na repressão preconiza, como solução para o problema da violência, medidas de força tais como policiamento, presídios e leis mais duras. Essas propostas sofrem de um grave problema – destinam-se a remediar o mal, depois de ocorrido. Também falham em reconhecer as injustiças sócio-econômicas do país. Apesar disto, é o mais popular pois, aparentemente dá resultados rápidos e contribui para uma sensação abstrata (mas fundamental) de segurança e de que os crimes serão punidos.

Sem dúvida, o Brasil necessita de reformas que resultem em maior eficiência na aplicação universal das leis, mecanismos de controle social sobre o poder judiciário, e redução drástica da corrupção e impunidade. São também prementes mudanças no sistema policial, colocando-o a serviço da coletividade e expurgando o banditismo de seu seio. Essas transformações são necessárias, mas insuficientes para se alcançar o almejado estado de paz.

O segundo paradigma afirma que a causa da violência reside na estrutura social e no modelo econômico. Consequentemente, se a exclusão e as injustiças não forem sanadas, não há muito o que se fazer. Apesar de bem intencionado ao propor uma sociedade mais justa, esse modelo vincula a solução de um problema que afeta as pessoas de forma imediata e concreta – violência – a questões complexas que se situam fora da possibilidade de intervenção dos indivíduos – desemprego, miséria etc. – gerando, desse modo, sentimentos de impotência e imobilismo.

Uma compreensão distorcida desse modelo tem levado muitos a imaginar uma associação mecânica entre pobreza e violência. É preciso que se contraponha os fatos: (a) A violência se faz presente em todas as classes sociais, faixas etárias e grupos étnicos; (b) Pobreza não é causa de violência. Por outro lado, as disparidades econômicas, a exclusão social e a falta de perspectivas são expressões de violência estrutural, bem como fatores causais da violência interpessoal.

É importante evidenciar a violência estrutural, pois ela encontra-se incorporada ao cotidiano da sociedade, tendo assumido a aparência de algo normal ou imutável. Mas a paz não será conquistada apenas por mudanças nos sistemas econômico, político e jurídico. Há que se transformar o coração do homem.

O terceiro é o paradigma da cultura de paz, que propõe mudanças de consciência e comportamento – inspiradas em valores universais como justiça, diversidade, respeito e solidariedade – tanto de parte de indivíduos como de grupos, instituições e governos. Os defensores dessa perspectiva compreendem que promover transformações nos níveis macro e micro não são processos excludentes, e sim complementares. Buscam trabalhar em prol de mudanças tanto estruturais quanto de atitudes e estilos de vida. Também enfatizam a necessidade e a viabilidade de se reduzir os níveis de violência através de intervenções integradas e multi-estratégicas fundamentadas na educação, na saúde, na ética, na participação cidadã e na melhoria da qualidade de vida.

O primeiro passo rumo à conquista da paz e não-violência no Brasil é uma mudança paradigmática: o modelo da cultura de paz deve tornar-se o foco prioritário das discussões, decisões e ações. Só será possível colher os frutos da Paz quando semearmos os valores e comportamentos da Cultura de Paz. Isso é a tarefa de cada um de nós, começando pelas pequenas coisas e no cotidiano, sem esperar pelos outros. Gradualmente outros serão sensibilizados e decidirão fazer a sua parte também.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

"Feizi Milani também é cultura!"

Esse foi o assunto do e-mail que recebi de meu amigo Bruno Andrade. No último domingo, ele prestou concurso para a Petrobras Distribuidora. As provas foram elaboradas pela CESGRANRIO.

Bruno me escreveu para contar que a prova de Língua Portuguesa foi baseada em um texto de minha autoria sobre a cultura de paz, publicado pelo Jornal do Brasil, em 02/01/2002. O texto foi quase integralmente transcrito e, em seguida, dez questões de múltipla escolha exploraram aspectos gramaticais e interpretativos do mesmo.

Fiquei muito feliz por dois motivos. Primeiro, que a Cultura de Paz seja abordada e discutida nos mais diversos contextos e situações, inclusive concursos e vestibulares! Segundo, por ter um artigo de minha lavra selecionado por uma instituição como a CESGRANRIO como texto-base de sua prova de Língua Portuguesa!

Pra quem quiser conferir a prova (e testar seus conhecimentos), aqui vai o link:

http://www.cesgranrio.org.br/eventos/concursos/br0108/pdf/prova36.pdf

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Socializando entrevistas e artigos


A seguir encontram-se links para algumas das entrevistas e publicações de minha autoria que se encontram na internet, classificados em: (1) entrevistas filmadas, (2) entrevistas publicadas, (3) artigos científicos e capítulos de livros, e (4) tese de doutoramento.

ENTREVISTAS FILMADAS

  • Entrevista ao site do Bom Dia Bahia sobre adolescência, relacionamento pais - filhos, violência
http://ibahia.globo.com/bahiameiodia/materias_texto.asp?modulo=2906&codigo=151667
  • Entrevista ao site Painel Brasil TV sobre o lançamento do livro "Tá combinado! Construindo um pacto de convivência na escola", de minha autoria, e outros aspectos da cultura de paz

http://www.painelbrasiltv.com.br/novo/Entrevistas/index.asp?Programa=2&Entrevista=71&TipoVideo=1

ENTREVISTAS PUBLICADAS

  • Entrevista ao jornal A Tarde (Bahia), publicada em 15/06/2008, no Caderno Ciência e Vida, pág. 32, sob o título "Com o crime organizado não existe cultura de paz"
http://www.acao17.org.br/br/site/textos/textos_interna.php?publicacao=1340


  • Entrevista ao jornal A Tarde (Bahia), publicada em 05/07/2008, sob o título "A educação sexual precisa ter reflexões morais"

http://www.atarde.com.br/cidades/noticia.jsf?id=910445


  • Entrevista ao jornal Gazeta do Povo (Paraná), publicada em 10/04/2006, sob o título "Como nas guerras, violência nas escolas pode ter fim"

www.zero41.com.br/download.php?id_download=975


  • Entrevista sobre Cultura de Paz ao site da ANDI (Agência de Notícias dos Direitos da Infância), sob o título "Olhar do especialista: A paz levada a sério" (Nov - Dez 2002)

http://www.andi.org.br/noticias/templates/boletins/template_cafiada.asp?articleid=621&zoneid=22


ARTIGOS CIENTÍFICOS E CAPÍTULOS DE LIVROS


  • "Cultura de paz e ambiências saudáveis em contextos educacionais: a emergência do adolescente protagonista" - texto em co-autoria com Rita de Cássia Dias Pereira de Jesus e Ana Cecília de Sousa Bastos, publicado por Educação (2006), da PUC - Rio Grande do Sul

http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faced/article/view/448


    • "Adolescentes: De vítimas da violência a protagonistas da paz" - capítulo de minha autoria inserido no livro "Violência faz mal à saúde" (pp. 267 - 279) - Ministério da Saúde, 2004

    http://dtr2001.saude.gov.br/editora/produtos/livros/pdf/04_1059_M.pdf

    • "De espectadores a protagonistas da Cultura de Paz" - texto de minha autoria publicado na 2ª edição do livro Na inquietude da paz (organizado por Ricardo Balestreri e publicado pelo CAPEC, 2003) - esse texto inclui reflexões sobre os principais desafios do Brasil na construção de uma cultura de paz e sobre protagonismo juvenil.

    http://www.dhnet.org.br/educar/balestreri/inquietude/feize_milani.htm#construir


    • "Adolescência e violência: mais uma forma de exclusão" - artigo de minha autoria publicado por Educar em Revista (1999), do Setor de Educação da Universidade Federal do Paraná

    http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/educar/article/view/2055


    TESE DE DOUTORAMENTO

    Apresentada ao Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia, para a obtenção do título de Doutor em Saúde Pública, sob o título "Violências x Cultura de paz: A saúde e cidadania do adolescente em promoção"

    http://www.bibliotecadigital.ufba.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=491